A caminho do Inferno... pelos Sete Pecados Mortais


The Sleepers, or Sleep - Gustave Courbet 1866

Dá-me sono só de pensar nele.A minha avareza em satisfazer os seus caprichos. Há-de-me vencer, numa outra dimensão, quando a minha mente começar a fraquejar de tanto ser torturada por si. Enquanto tal, fujo por entre labirintos com medo de perder a batalha e a minha avareza é grande, enorme... Vai-me vencendo aos poucos, um pouco de lucidez, uma pitada de raciocínio, um punhado de memória. Consome o meu tempo, quando não sigo as ordens do despertador, quando encosto o meu corpo e me traz memórias de tranquilidade. Não, não me deixarei corromper pelos seus pensamentos de deleite que me assolam e vislumbram o descanso por um longo pedaço de horas, desde o nascer ao pôr-do-sol. Não,  Não, Não e Não. Empurra-me com a almofada, sacudo-o com Avareza. E se a Avareza me trair, pelo menos que me deixe repousar em modo festa... E assim durmo.

Monólogo

Foges por entre os meus dedos. Sei que procuras o encontro com ti própria, e para isso foges de mim. Foges de nós, do nosso espaço secreto. Novidades? E mais novidades? E outras novidades? Sei que algo te assola, mas não compreendo. Será apenas o silêncio necessário para nos escutarmos a nós próprios? Creio, penso e quero acreditar que sim. Não fujas, não me deixes a falar sozinha... Os meus monólogos deixam de o ser assim que embatem na parede deste nosso recanto. Mas por momentos, que já vão longos, sinto que caem num silêncio que há muito interrompeu o Diálogo.



"O silêncio é um dos argumentos mais difíceis de refutar"
Josh Billings












Imagem retirada de: http://naomemandemcores.blogspot.com/

I'M BACK AGAIN - through a strawberry cheesecake


Back again in my youth that never ends. Tonight's gonna be a good night. Dancing trough the sound of strawberry cheesecake... Sexy lips, sexy body, sexy look, sexy mind... so fucking sexy. So fucking make-up. Purple Queen!

I'M BACK AGAIN - through a strawberry cheesecake

Por Guida Maria in Público

Guida Maria: O que sei sobre os homens

Sei o que todas as mulheres sabem, a diferença é que há as que assumem aquilo que sabem e há as outras que os mantêm neste banho-maria há séculos. Também sabem, mas calam-se por outras razões, por medo de estarem sozinhas ou por status (é muito importante terem um marido, mesmo que ele lhes ponha os cornos e que lhes dê tareias).

Eles não aprendem, o script é sempre o mesmo, os actores é que mudam. São sempre as mesmas histórias: são muito infelizes, tiveram um casamento que não deu certo, ela queria ser independente, os filhos dão problemas, a mãe não sei o quê. Também gostam muito de falar das ex-mulheres, é sempre culpa delas. Qualquer problema os afecta, sexualmente inclusive. Desisti de os educar. Mentem com quantos dentes têm na boca e não percebem que somos mais inteligentes: ainda não disseram nada e já sabemos. Têm o síndrome do bombeiro, têm sempre que ir apagar um fogo, vejo-os sempre com o capacete e a machadinha. Sentem-se importantes porque têm a mangueira.

Adoro os homens. Acho que são óptimos. Como amigos, são muito disponíveis. Quando são nossos maridos, ou amantes, ou companheiros, são muito disponíveis para as outras, portanto também são para nós de vez em quando. Tenho muito mais amigos homens do que mulheres, dou-me muito bem com eles quando não há nada entre nós nem nunca houve. Porque àqueles com quem houve nunca mais lhes falo.

Há coisas que comigo não funcionam, a esse nível não sou nada moderna. Aviso-os quando entram: você quando está comigo, está comigo: fala comigo, pergunta-me se eu preciso de alguma coisa, resolvemos os problemas juntos. Quando se quiser ir embora, também é a mim que me diz, escusa de me mandar recados e mentiras. Se se portar mal, nunca mais me dirige a palavra. Não perco tempo com pessoas que não se portam como pessoas.

Há duas coisas muito más na vida: uma má queca e um mau actor. Um mau actor dá cabo de um texto. Uma má queca é uma chatice, é horrível, é penoso.

...

Enquanto as coisas existem e nós estamos à vontade nelas e felizes, é de lutar por elas. Quando começam a descarrilar, começo a acordar mal disposta, com mau feitio, aquela coisa a respirar para cima de mim começa a fazer-me impressão, vamos lá falar. A gente fala uma, duas, três vezes e aquilo permanece. Chegou a altura de nos separarmos. Se eles fazem merda, aí não há explicações, é logo porta fora.

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Crónica publicada na edição da revista Pública de 8.08.2010

Quando a beleza não é uma virtude

Olho-me ao espelho e gosto. Sou eu no meu mais pleno ser, e continuo a gostar. As minhas pequenas imperfeições vão sendo gradualmente corrigidas, com o meu esforço, cuidado e dedicação, em busca de uma perfeição ainda mais amiga do ego. Como uma calda de açúcar, são os finalmentes que se vêm apurando ao longo dos últimos dois anos e que estão crescer num doce, talvez com sabor a morango. Palavras de elogio abundam, olhos brilhantes percorrem o meu ser, e alguns distraídos deixam-se cair na coragem, e abordam.


Abordam a minha imagem, a visualização de imperfeições corrigidas. E Eu? Onde estou eu... quem me conhece afinal? ou quem me aborda com o intuito de me conhecer? Estarei eu presa na teia de uma imagem que sempre desejei? pela qual sempre lutei? e que agora já nem sei se quero mais...

Bolinhas de sabão

'Today is a gift from God - that is why it is called the present'