Quem passa olha, quem pára vê

quem mais posso eu ser

fantoche, levado pela incerteza do meu destino. a minha sorte é não poder precisar aquilo que quero. não sei como se faz, como se chega lá, sequer se estarei na encruzilhada onde se perdem as oportunidades de me lamentar de me ter enganado no caminho há muito. piso todas as pedras e tenho o pé levantado prestes a poisar no chão. parece-me que a vou pisar, mesmo sabendo onde ela está. não lhe consigo fugir, é algo que vai acontecer.

"Se eu fugir, deixar-me-ás onde me encontrares.
Ficando, partirás em minha busca.
A escaldar, forte... no ponto.
Fundir-te em mim,
de desejo do toque,
áspero de quem luta.
Morre e vive por entre a inconsequência
de deixar.... de perder... por uma vez.
E agora? O infinito."

Fechar ciclos...

"A vida tem ciclos. A nossa tem ciclos que criamos como entendemos ou conforme as expectativas que temos. Vive-se uma fase. Fecha-se um ciclo e estamos dispostos a começar outro. Demora um tempo desde que um se fecha e outro se abre. Há que pensar bem. Fazer novos projectos. Projectar novos desafios. Agarrar a certeza de que é isso que se quer. Não é nenhuma novidade. Já fechei muitos ciclos da minha vida. Já vivi fases que se transformaram em ciclos sempre com a certeza de que para o bem e para o mal, teriam de ser vividos assim. Se me perguntarem, e arrependimento, há? Claro que sim! Mas haveria mais se não tivesse vivido fases que escolhi, e depois nunca saberia onde iria parar o caminho que não escolhi. Todos devemos, porque faz bem, ter a coragem de fechar ciclos. Mesmo que custe, que aparentemente seja o fim do mundo e que se entre num turbilhão de sentimentos. É preciso viver tudo com entranhas para que haja coragem de entrar numa nova história. Vazia. Uma página em branco que vai ser escrita. Com que final? Isso nunca se sabe... e assim é que tem graça."

E porque hoje é domingo...

e porque estou sem inspiração (quererei dizer eu, paciência...) vou plagiar!

"Não queiras saber de mim
Esta noite não estou cá
Quando a tristeza bate
Pior do que eu não há
Fico fora de combate
Como se chegasse ao fim
Fico abaixo do tapete
Afundado no serrim

Não queiras saber de mim
Porque eu estou que não me entendo
Dança tu que eu fico assim
Hoje não me recomendo

Mas tu pões esse vestido
E voas até ao topo
E fumas do meu cigarro
E bebes do meu copo
Mas nem isso faz sentido
Só agrava o meu estado
Quanto mais brilha a tua luz
Mais eu fico apagado

Dança tu que eu fico assim
Porque eu estou que não me entendo
Não queiras saber de mim
Hoje não me recomendo

Amanhã eu sei já passa
Mas agora estou assim
Hoje perdi toda a graça
Não queiras saber de mim"

Rui Veloso e Mariza - Não Queiras Saber de Mim (live)

Filhos da Fruta

Hoje decidi fazer uma homenagem à fruta. Frutífera, a sorte daqueles que o pêssego lhes se não nega, lhes junta a maça... à laranja amarga, por vezes, mas quando é boa, é boa! A homenagem, é algo que tenho na minha boca, todos os dias quando pronuncio a expressão. Na alma a homenagem é distorcida já que reflecte o que os lábios não dizem.
 Carnudos, de tom rosa escuro, não lhes assenta nada bem o que essa mente devassa esconde atrás da sua imaginação pérfida, quantas e quantas vezes infrutífera no captar da realidade, ainda que distorcida pelos sonhos. E assim, cego de prazer numa expressão sua, oferecida por si, a quem se roubou (só um pouquinho!) a descoberta de um prazer secreto de quem quer dizer algo sujo, cujo som não espelha nem agrada nada bem a quem passa - correndo ainda o risco de levar o insulto consigo. Sigo em frente e deleito-me alto e bom som ... numa "piada" secreta de quem quer ser malicioso, e apenas pode ser entendido, como fruto de um trocadilho interessante. E como quem não quer ferir susceptibilidade e engraça no jeito de quem passa na praça, levanto-me e digo: "Filhos da Fruta!" Riem-se. Eu solto um esgar malicioso reflexo do pensamento orgásmico que me assola: filho da fruta. Ahhhhhhhhhhhhhhhhh... !

Bolinhas de sabão

'Today is a gift from God - that is why it is called the present'