Desesperos de uma quarta/sexta-feira à tarde

Desespero ao saber que vou poder finalmente cair nos teus braços. Acordar ao sabor da biologia e não por necessidade. Encontrar o aroma das glicínias espalhadas pelo chão que, à luz das velas, distribuem sensações aos transeuntes que passam. Se existe um Deus a olhar por mim, é nesta data que se aproxima, e que mais sinto o seu calor na aceitação da sua existência. Ao fundo, de som esbatido pela multidão, vem uma aragem de melodia exposta por alguém que se desvia e deixa passar por entre gente de todo lado. A cor! É a cor que me apaixona ao virar da esquina, perdida por entre sardinheiras de uma varanda, ou vestida num imagem secular. Não consigo dominar. Este estado de ansiedade. Esta é a imagem que me assola o pensamento e determina,

António Variações (Com uma nota de magia em pó)