No dia em que me cortaram a alma, nem queria acreditar... Nem me apercebi, mas deixei, como não me perguntem, pois não me lembro de o ter consentido. A verdade é que não puxei pela minha maior virtude: a teimosia, porque sempre teimam em vê-la como um defeito. Olho ao espelho e vejo uma figura na qual procuro a sua alma, e não encontro. Sou a partir de agora um ser sem interior despido de tudo o que é sentimento. Uma máquina que caminha diariamente para o trabalho e só lhe apetece fugir quando chega a casa. Apetece-me pegar no corpo e andar, andar, andar e ponto final.
Nem sequer posso vender a minha alma ao diabo, pois alguém ma cortou.
Sinto-me um monte de células que formam tecidos e depois órgãos para se conjugarem no que se diz ser, um humano... neste caso sem alma.
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